O primeiro contacto que tive com o Bairro 6 de Maio foi durante um fim-de-semana organizado pelo GASNova – Grupo de Ação Social. Os voluntários prepararam uma tarde de diversão para as crianças no Centro Social 6 de Maio e tiveram ainda a oportunidade de fazer uma visita ao Bairro. O primeiro impacto foi marcante: ruas tão apertadas, casas tão pequenas e tão antigas (algumas já demolidas), o cheiro a esgoto e as “puxadas de eletricidade”… Uma realidade que, até então, era distante para mim. No entanto, apesar de todo este contexto, foi incrível a forma como fomos recebidos e acolhidos pelas pessoas do Bairro. Abriram-nos as portas de casa e comemos, cantámos e dançámos como se estivéssemos na nossa própria casa.
Depois desta experiência, decidi procurar junto do Centro Social 6 de Maio uma forma de manter o contacto com estas pessoas e ajudar naquilo que fosse necessário. Neste momento, faço Voluntariado semanal dando explicações de Matemática a um grupo de meninas do 4º ano. Semana após semana os pensamentos são os mesmos: “Como será quando chegar ao Bairro?”, “Será que as meninas vão aparecer?”, “O que vamos fazer na explicação?”, “Será que consigo realmente ajudá-las?”. Conviver com uma realidade diferente e pessoas com experiências de vida diferentes tem sido desafiante e uma aprendizagem constante. Durante este tempo aprendi que as ações mais simples podem fazer a diferença e é gratificante sentir que as pessoas reparam e apreciam a minha contribuição.
Enquanto voluntários não podemos mudar a realidade que se vive no Bairro, mas podemos tentar ajudar de alguma forma as pessoas que a vivem. Seja com explicações de Matemática, seja com uma conversa, seja com um sorriso.
Joana Costa